As celebrações das festas de fim de ano são eventos aguardados por pessoas de vários lugares do mundo. Essas comemorações são assimiladas a um período de confraternização, encerramento de um ciclo antigo e recomeço de um novo repleto de novas oportunidades. Uma de suas grandes atrações é a tradicional queima de fogos.
Nos últimos anos, passou a ser comum a preferência de algumas cidades em realizar shows pirotécnicos com fogos de classe A, isso é, sem ruído ou de pequeno estampido, com o intuito de contribuir na diminuição da poluição sonora do local. Isso aconteceu em virtude da crescente discussão acerca da utilização dos fogos de artifício, justamente por conta do barulho indesejado. O argumento é que o estrondo prolongado apavora crianças, pessoas com alta sensibilidade sonora, idosos e animais. Outra questão mencionada é que nessa época do ano, há um aumento no número de acidentes envolvendo os fogos, visto que quando manuseados de forma incorreta, podem resultar em queimaduras ou ferimentos graves.
Mesmo com ausência do barulho, o efeito visual da queima de fogos permanece sem alteração, promovendo um espetáculo com muitas luzes e cores que satisfazem as expectativas do público. Como é um evento tradicional e aguardado por muitos, no período das festas de fim ano, algumas cidades investem milhões no setor pirotécnico com a intenção de atrair turistas e movimentar sua economia, produzindo exibições que podem atingir a uma duração de mais de vinte minutos.
Outro impacto não muito mencionado nessa discussão é a questão da poluição atmosférica posterior ao evento. Hoje em dia, o conhecimento sobre esse ponto passou a ser maior devido ao aumento da preocupação ambiental. Dessa forma, cresceu o número de pesquisas nessa área com o objetivo de quantificar o nível de material particulado no local e determinar a dimensão da influência do evento na qualidade do ar. Portanto, a poluição atmosférica se tornou mais popular na discussão.
O material particulado é o conjunto de partículas sólidas microscópicas provenientes de processos naturais ou antrópicos, como por exemplo, na combustão dos fogos de artifícios. Para avaliar a qualidade do ar é necessário medir a quantidade de elementos poluentes suspensos na atmosfera. Diante disso, no final de dezembro do ano passado, a Agência Alemã de Meio Ambiente publicou um estudo apresentando um exemplo prático para divulgar a dimensão do impacto dessa atividade no país. Segundo a pesquisa, as queimas de fogo nas festas de fim de ano na Alemanha liberam cerca de cinco mil toneladas de poluentes, o equivalente a emissão de dois meses de tráfego nas rodovias. Assim, conseguimos entender melhor o impacto gerado em apenas alguns minutos.
Esses poluentes além de prejudicar o meio ambiente, podem causar prejuízos à saúde de humanos e animais. As partículas microscópicas conseguem penetrar com mais facilidade no nosso corpo, aumentando a possibilidade de desenvolver doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Para amenizar os danos dessa atividade, alguns países já estão investindo em pesquisas para encontrarem uma solução mais ecológica e moderna para todos. A índia possui o ar mais tóxico do mundo e como tentativa de diminuir a emissão de poluentes nas festas de fim de ano, o Conselho de Pesquisa Científica e Industrial da Índia criaram fogos que emitem cerca 30% menos material particulado para a atmosfera. A China foi outro país que elaborou uma alternativa a queima de fogos, no final do mês de dezembro do ano passado, o governo chinês fez um espetáculo utilizando dois mil drones que simulavam os tradicionais fogos e passavam uma mensagem ao público: “Zhui Meng”, persiga seus sonhos.
Já para os países que preferem continuar com os fogos de artifício, a melhor solução no momento é investir nos fogos de classe A. Outra medida a ser tomada é intensificar a divulgação de conhecimentos práticos para o manuseio correto dos fogos, evitando eventuais acidentes. Também é importante informar a população quais são locais mais indicados para realizar a queima de fogos e que menos prejudicam a fauna e a flora da região.